Publicado em 05/03/2021 - raul-dias-filho - Da Redação
Você se lembra de quando
a pandemia entrou em sua vida? Quando usou máscara pela primeira vez? De quando
ficou em casa por um longo tempo pela primeira vez? Pois já faz um ano desde que
o vírus bateu à nossa porta e transformou nossas vidas. Desde então,
incentivado pelo negacionismo, pela inoperância e pela incompetência de muitos
políticos e pela ignorância de alguns cidadãos, o vírus encontrou um terreno
fértil para se multiplicar e se fortalecer. E hoje, vemos o Brasil viver o pior
momento desde que o pesadelo começou, com quase duas mil mortes por dia, todos
os dias. O mais assustador é que ainda não chegamos ao fundo do poço. A
expectativa é que tudo piore, a curto prazo. Dito isso, devemos reconhecer que
a situação na maioria das cidades da região só não é pior por causa da boa
atuação dos prefeitos. Ao contrário das autoridades federais, eles foram e
continuam sendo rigorosos e eficazes, fechando as cidades quando é preciso, fiscalizando
e penalizando quem viola as regras. E também pela disciplina e respeito às
normas que a imensa maioria dos sul mineiros demonstra ter. Escrevo essa coluna
na quarta feira e hoje a notícia de mais um recorde de mortes me deixou algo
amargurado. Parece um pesadelo sem fim porque sabemos que amanhã será pior. Não
há nada que nos anime em relação a isso. Nem a chegada da vacina, porque
ninguém sabe quando e como seremos vacinados. Enfim, o recado desta vez é para
que nos cuidemos, que cuidemos daqueles que amamos, porque só assim
conseguiremos atravessar esse deserto e chegar do outro lado. E por falar em
cuidados, para não deixar a coluna baixo astral, transcrevo trechos de um poema
de Manuel Bandeira que fala de cuidados e de carinhos:
‘Tu, que me deste o teu
carinho
E que me deste o teu
cuidado
Acolhe ao peito, como o
ninho
Acolhe ao pássaro cansado
O meu desejo incontentado
...... E sentirás o meu
carinho
E sentirás o meu cuidado’’
Então, se cuide. E cuide
de quem está ao seu lado. A hora é de manter a fé, o foco, a confiança e a
alegria. E acreditar. Porque, cedo ou tarde, tudo isso vai passar.
Por hoje é isso. Só isso.
Semana que vem tem mais. Até lá.
RAUL DIAS FILHO - O autor é jornalista e repórter especial da Record TV