Publicado em 05/07/2018 - ivan-pereira - Da Redação
A ampla
pulverização de candidaturas leva políticos de todos os seguimentos ideológicos
a apostas de alto risco, deixando a campanha refém da incerteza, estamos a três
meses das eleições e não se tem um horizonte claro.
No
âmbito federal, as cartas estão na mesa no que promete ser a corrida presidencial
mais imprevisível da história brasileira. Apostar em qualquer um dos mais de 20
pré-candidatos ao Planalto é somente uma aposta, pois tem-se pré-candidaturas
de esquerda e centro, que não se atraem. De outro lado, a extrema-direita, promete
enfrentar problemas com o pouco tempo de televisão, poucos recursos e,
principalmente, falta de palanque nos estados.
O
momento torna-se ainda mais incerto, pois hoje a aposta dos partidos é no tudo
ou nada, e muitas legendas resistem em deixar uma porta aberta para se unir
mais à frente. Mesmo com o ex-presidente Lula preso, o PT ainda acredita na
possibilidade de atrair apoio de aliados, como PCdoB e do PSol. Ambas as siglas,
no entanto, relutam em acenar com uma união. O PDT e a Rede Sustentabilidade,
também resistem e procuram certa independência.
No
centro, a divisão não é diferente. Está ainda mais pulverizada. DEM, PSD, PSC e
PRB, legendas da base governista, podem tentar emplacar candidaturas próprias,
além do PODEMOS com o Senador Álvaro Dias.
As
pesquisas eleitorais podem até mostrar uma expectativa de futuro, mas
dificilmente serão suficientes para apontar o rumo das eleições. A falta de uma
grande liderança (como as de antigamente, representadas por homens públicos
como Tancredo Neves ou Ulysses Guimarães) e de uma unanimidade compromete o
arranjo de forças no primeiro turno, isso porque ainda se tem o novo perfil de
votos brancos, nulos e abstenções, que ultrapassaram os 50% na experiência
recente do Governo de Tocantins e foram também nestes níveis nas eleições
municipais mineiras disputadas em 02 de junho de 2018.
Caso o
cenário continue como está, é possível que o presidenciável mais votado no
primeiro turno não atinja nem 30% dos votos válidos, e os demais terão
representatividades próximas de 15%, 11%, 10%, 8%, 4%, dos votos válidos, que
prometem ser na casa dos 50% do total da população.
Dois pontos são importantes: i) votos brancos, nulos e abstenções de nada contribuem na democracia; ii) o presidente eleito, com tão baixa representatividade, terá condições de governar?